foto Shirley Fraguas

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Na Copa 2014, quando o jogo não é do Brasil, todos somos vira folha.



Fui ao Mineirão ver Bélgica x Argélia pela Copa 2014. Como todo jogo morno, de outras seleções que não tem a mínima chance de vencer o mundial, a gente pensa em tudo, menos no placar, na tática, em quais jogadores estão em campo. O que menos importa é o jogo, vale mais a experiência de estar ali.
Como o Mineirão ficou bonito! Está dando tudo certo, que orgulho de ser brasileiro! A torcida da Bélgica é mais animada que da Argélia, vou torcer para eles! Ahh lá, a maioria pensou como eu, dá-lhe Bélgica! Os brasileiros tentaram fazer a ôla, mas toda hora que passava pelos torcedores belgas, a onda morria. Eles não entendem o recado de olha a ôla ai, olha a ôla aí. Nossa, como os times são fracos! Se tivessem jogando contra o Galo, o Ronaldinho ia fazer a festa, mesmo depois de uma bela noitada! Coitado dos meias, o Everton Ribeiro dá de 10 neles, e olha que ele veste outra camisa, é azul e de número 17. Que jogo chato! Ahh lá, a torcida começou a cantar a musiquinha do Cruzeiro. Hahaha já foi sufocada pelo hino do Galo. Quando o jogo não tá bom no campo, a disputa vai pra torcida. 
Gol da Bélgica, a torcida vermelha começou a cantar uma musiquinha que ninguém entende, lá vamos nós gritar qualquer coisa para entrar na festa. Todo mundo guardando os copos de refri e cerveja, como lembrança da Copa. Teve gente que tomou 6 cocas, só para fazer o jogo de copos completo. Olha a pipoca, 10 reais, preço de estádio elitizado. Os argelinos estão todos concentrados num setor só, os belgas estão mais misturados com a galera. Deve ser porque os mulçumanos não gostam de ser tocados, para eles é falta de educação ou regra da religião, sei lá. Ahh lá...finalmente mais um gol! Os diabos vermelhos viraram o jogo, somos todos Belgas agora. Pelo menos até o jogo do Brasil com o México começar.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sou Galo pô!






Sou Galo porque acho lindo todo uniforme listrado em preto e branco.
Sou Galo porque meu pai é, minha mãe também e meus irmãos são.
Sou Galo porque tenho orgulho de cantar um hino que diz que jogamos com muita raça e amor.
Sou Galo porque, quando comecei a gostar de futebol, aqui em BH, ou você torcia pro Atlético, ou torcia pro Flamengo, o maior rival.
Sou Galo porque vi meu time ganhar na bola, ser injustiçado pelo apito, mas nunca desistir de lutar.
Sou Galo porque o primeiro time que vi entrar em campo tinha Reinaldo, Cerezo, Luizinho, Éder e Nelinho.
Sou Galo porque sempre teve jogadores do meu time na seleção e porque meu alvinegro venceu até amistoso contra a melhor seleção brasileira de todos os tempos, a da Copa de 70.
Sou Galo porque meu time já teve jogadores como o Kafunga, Guará, Mário de Castro, Lucas, Vavá, Ubaldo, Lôlla e outros tantos que não vi jogar, mas que escreveram uma das mais belas histórias do futebol.
Sou Galo, porque acredito que o Dadá era a solucionática, que o João Leite era o João de Deus, que o Euller era o filho do vento e que o Guilherme e Marques foi a melhor dupla de atacantes que já vi jogar.
Sou Galo porque perdi a conta de quantos campeonatos mineiros já ganhamos.
Sou Galo porque chorei quando vi meu time cair para a segunda divisão, mas delirei quando Beth Carvalho cantou Vou Festejar na partida do título da Série B.
Sou Galo porque meu time foi o primeiro campeão brasileiro e o último da Libertadores da América.
Sou Galo porque amo ver meu time honrar Minas no cernário esportivo mundial.
Sou Galo porque vou a campo ver o show de Ronaldinho Gaúcho, Tardelli, Réver e Victor.
Sou Galo porque gosto de assistir uma partida jogada com raça e inteligência. 
Sou Galo porque arrepio quando a torcida começa a cantar.
Sou Galo porque sou campeã de Minas, do Brasil, da Europa e das Américas.
Sou Galo porque sou amor. Sou Galo, pô!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Hino Cruzeiro Campeão

Homenagem de uma Atleticana 




Hino do Cruzeiro - 1965 / Autor: Maestro Jadir Ambrósio



Existe um grande clube na cidadea cidade em questão é Belo Horizonte. Em 1965, quando o hino foi composto por Jadir, existiam 4 clubes na cidade que disputavam o Campeonato Mineiro: América, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Renascença. Mas a qual desses clubes o hino se refere?

Que mora dentro do meu coração - o autor do hino, o sambista Jadir Ambrósio, era mineiro de Vespasiano e Cruzeirense desde os tempos do Palestra Itália, por isso, aqui já podemos imaginar qual era o seu time de coração.

Eu vivo cheio de vaidade - Jadir estudou piano no Conservatório e compôs mais de 500 músicas, várias gravadas por artistas de sucesso como Luiz Gonzaga e Clara Nunes, mas a vaidade a que ele se refere não é por causa de seu sucesso como compositor.

Pois na realidade é um grande campeão - esse verso soa como resposta aos que duvidavam do potencial do time que entrou em grave crise financeira em 1952, teve que dispensar os jogadores profissionais e disputar os campeonatos com o time juvenil, tornando-se um clube amador. O Cruzeiro só voltaria ser campeão, na bola, em 1959 pelo Campeonato Mineiro. Tem uma ressalva que é o Mineiro de 1956, mas por uma decisão da justiça, Atlético e Cruzeiro tiveram que dividir esse título. O Cruzeiro perdeu 3 das 6 partidas disputadas nas finais com o Galo e empatou duas, mas recorreu à justiça, alegando que o Atlético usou um jogador irregular, que não tinha apresentado o certificado de reservista do Exército*.

*Por sempre usar artifícios jurídicos e políticos para conquistar e homologar títulos é que o mascote do Cruzeiro é a Raposa Astuta.

Nos gramados de Minas Gerais temos páginas heróicas, imortais até o ano em que o hino foi criado, o Cruzeiro já havia disputado a Taça Brasil nos anos de 1960, 1961 e 1962 e não venceu nenhuma delas. Até então, as únicas conquistas eram torneios municipais e estaduais disputados nos gramados de Minas Gerais, onde foram escritas as suas páginas heróicas e imortais.

Cruzeiro, Cruzeiro querido - segundo o Maestro Jadir, o hino, que é uma marchinha, foi feito para um concurso da rádio Guarani. Ele gastou 5 minutos para escrever a letra, enquanto estava passando pela avenida Afonso Pena. Na pressa para terminar o hino e inscrevê-lo no concurso, lembrou que ainda não tinha dito o nome do clube, por isso ele o fez duas vezes no mesmo verso. Em seguida colocou o querido, reforçando sua simpatia pelo clube.

Tão combatido, jamais vencido! - esse verso foi escrito para o maestro ganhar o concurso. Ele disse em entrevista que, assim que os diretores do Cruzeiro viram a letra, ficaram emocionados e optaram pelo hino de Jadir. Devem ter se lembrado das vezes que o time teve que mudar de nome e das perseguições aos italianos na época da II Guerra Mundial, já que a Itália era aliada da Alemanha e do Japão. O Cruzeiro, que nasceu da colônia italiana, de camisa verde e meias vermelhas e com o nome de Societá Sportiva Palestra Itália, passou a usar a cor azul e o nome Ypiranga em 1942, e a partir do ano seguinte, com as cinco estrelas no peito, se tornou o tão combatido Cruzeiro do seu Jadir. 

Parabéns ao Cruzeiro, campeão brasileiro de 2013. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Conta pendurada



Paixões e ressentimentos à parte, a queda do Fluminense para a Série B seria uma questão de justiça.
Ninguém consegue esquecer que o Flu foi da terceira para a primeira divisão em 2.000 com a criação da Copa João Havelange. A CBF estava impossibilitada pela justiça de organizar o brasileiro e quem tomou as rédeas foi o Clube dos 13, que tratou logo de “resgatar” o Fluminense e o Bahia. O time baiano já pagou sua conta, agora só falta o CBFLU.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Brasileiro do Sofá



Depois do título da Libertadores da América, minha rotina no futebol tem sido assim lá em casa: meu pai na ponta esquerda do sofá, porque é ali que ele dá sorte para o galo e o que o fez ganhar o apelido de talismã, a Carol na outra ponta, eu fico no meio e às vezes mais a frente no outro sofá. Juntos sentamos calmamente na frente da TV para ver o bonito futebol que o campeão voltou a desfilar (um minuto de pausa: gol de Marcos Rocha, 1x0 contra a Ponte Preta). Mesmo sem o R10, que está contundido, o time anda jogando o fino da bola. Tardelli trocou sua posição de matador pela de maestro e está jogando com a inteligência que o diferencia de outros artilheiros que vestiram o manto sagrado. (falta na entrada da área, ihh não temos Ronaldinho, quem vai bater? Jô? Gol, golaço do Jô, com roladinha de bola do Luan, o doidinho). Mais uma partida sem sustos e boa de se ver, ainda bem, pois gastamos toda nossa saúde nas fases finais da Libertadores. Já disse que fomos campeões? Já né, mas não custa lembrar, ainda mais quando um cruzeirense chato solta folguetes, porque venceu a Portuguesa...isso mesmo, festa com direito a buzinaço, foguete e cantoria. Eles precisam de mais 5 vitórias para serem campeões, o que deve mesmo acontecer, mas...é sempre bom lembrar que o Galo já tem duas taças neste ano e eles nada. Passada a ressaca do título, o único porém é que se o Galo tivesse jogando assim desde as primeiras rodadas do famigerado brasileirão da Rede Globo, estaríamos na liderança, fácil, no lugar do nosso maior rival. (mais um, mais um e lá vai Jô com passe sensacional de Leandro Donizete, soltar um balaço indefensável na direção do gol da Ponte Preta, mais um golaço, 3x0) Jogo tão tranquilo que dá até para levantar, comer uns salgadinhos que sobrou da festa do intervalo, aniversário de Dona Terezinha, e voltar. (opa...quase perdi o quarto gol, do Alecssandro, o Lelec..nosso reserva de luxo). Eu e meu pai conversamos sobre o jogo, falamos de um ou outro jogador, elogiamos o Marcos Rocha, peraí, mas a gente tá assistindo jogo do Galo ou do Barcelona? Ahh é do Galo mesmo, não tem nada igual a essa massa...olha lá..tá aparecendo na TV um doido fantasiado de Ronaldinho com uma cabeça gigante. E assim o jogo termina, jogo não, treino, já que não dá mais pra vencer o brasileiros, nós atleticamos, nos damos ao luxo de treinar para o Mundial...e que venha dezembro.