foto Shirley Fraguas

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brasil 3 x 1 Costa do Marfim. O jogo e o tão sonhado campo de batalha da Brahma.

Parece que a torcida da Brahma para que o jogo do Brasil virasse um campo de batalha deu certo. Apesar dos bonitos gols do Fabuloso e do Elano, o que mais chamou atenção no jogo de domingo foram as entradas duríssimas dos jogadores da Costa do Marfim, o cartão vermelho do Kaká, o Dunga esbravejando contra o árbitro e até contra o Drogba, um dos poucos jogadores africanos que não bateram, nem fizeram teatro contra o Brasil. E como se as imagens da pancada que o Elano levou, do jogador simulando uma cotovelada no rosto e causando a expulsão do nosso maior astro, da ajeitada de bola no braço do lindo, mas ilegal, gol do Luís Fabiano, não bastassem, após o jogo o Dunga ainda resolve xingar um jornalista da Globo de cagão porque o cara não quis partir para o confronto. Parece que Dunga ainda não aprendeu que não é apenas um técnico de futebol de quinta divisão, e sim um representante do Brasil perante o mundo. Aliás como técnico nem se pode contestar os números do cara, mas como profissional do futebol, além disso, tem que conviver com a imprensa, os torcedores, os jogadores adversários, os juízes, ou seja, outras pessoas.
Se ele não sabe o que é isso, devia ter optado por ser técnico de time de futebol de botão. Afinal, ninguém obrigou o cara a ser dirigente da seleção brasileira.
Ele deveria saber que os torcedores do mundo inteiro esperam um futebol samba do time verde e amarelo. E que os jornalistas vão questionar suas decisões, pois é isso que o mundo espera da imprensa. Ele deveria saber que os árbitros erram e que os jogadores adversários batem, ou imaginava que perante ao todo poderoso time do Dunga, todos iam simplesmente reverenciá-lo como fazem diante dos reis e ditadores?
Me pergunto, o que deveria esperar desse cara? Outro dia revi na TV a final da Copa de 94. Sabe o que o Dunga, capitão do time, fez ao levantar a taça tão desejada há mais de 30 anos por nós brasileiros? Xingou meia dúzia de palavrões. Foi uma verdadeira ofença ao gesto eternizado por Carlos Alberto na Copa de 70, um beijo na taça. Sinceramente, do Dunga não esperava outra coisa. Mas com todas as forças, eu espero que os jogadores brasileiros, se forem campeões do mundo, se rebelem contra o técnico e passem apenas mensagens de amor na comemoração. Sim que sejam muito cafonas, soa melhor do que selvageria. Que façam como o Cafu com o seu famoso Regina eu te amo, que façam como o Parreira que passou com a taça no meio dos torcedores dizendo que eles podiam tocá-la porque a taça era do povo. Que dediquem a façanha a Deus, a Jesus, ao terreiro de umbanda de Salvador. Que sambem, que pulem e se forem abrir a boca, que seja para sorrir, chorar de emoção ou berrar aquele velho clichê:
- É campeão.

foto de Márcio Rodrigues - BH - www.luminifotografia.com.br

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